Amplificando Vozes, Quebrando Barreiras.
DATA DE FUNDAÇÃO: 04/04/2025
COFUNDADORES: Vanessa Ferreira (pedagoga) | Wagner Gonçalves (administrador)
A Luta que Antecedeu o Coletivo TEAndo Voz
Antes mesmo de nascer oficialmente, o Coletivo TEAndo Voz já respirava resistência. Em dezembro de 2021, estávamos em uma reunião com a vice-prefeita de Nilópolis, exigindo o que a lei já garantia: uma educação com gestão democrática. A Constituição Federal (1988), a Lei Orgânica do Município (1990), a LDB (1996) e o PNE (2014) não eram apenas textos esquecidos — eram nossas armas. E, no segundo semestre de 2022, conseguimos colocar essa vitória em prática.
Mas a luta não parou ali.
A criação do TEAndo Voz veio da necessidade de ampliar nossas vozes. Não bastava conquistar a gestão democrática se, nas salas de aula, crianças neuroatípicas ainda esbarravam na falta de profissionais capacitados, terapias adequadas e políticas de inclusão reais. Começamos em Nilópolis, mas logo percebemos: a dor era maior.
Mães de toda a Baixada Fluminense e do estado do Rio de Janeiro nos procuravam com os mesmos desabafos:
Nas escolas públicas, a inclusão era só no papel.
Na saúde pública, faltavam diagnósticos, terapias e profissionais preparados.
Nos planos de saúde, uma guerra desumana: negativas de cobertura, burocracia e um preconceito velado que tratava o direito à saúde como um favor.
No Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril de 2025), Vanessa Ferreira, uma das vozes do coletivo, trouxe à tona o que muitos ignoram:
"Nossa sociedade finge não enxergar crianças, adolescentes e adultos neuroatípicos e PCDs. Mães são abandonadas à própria sorte, sem rede de apoio ou políticas públicas eficientes. Algumas, em desespero, chegam a considerar tirar a própria vida e a de seus filhos — não por falta de amor, mas por absoluta falta de esperança. E já vimos manchetes chocantes com esses relatos: mães atípicas que tiraram a vida dos filhos e depois cometeram suicídio."
Era a invisibilidade matando.
Porque inclusão não é privilégio, é direito.
Porque nenhuma mãe deveria chorar sozinha.
Porque nenhuma criança deveria ser deixada para trás.
E enquanto houver uma família sem acesso à educação, à saúde ou ao mínimo de dignidade, nossa luta não acabará.