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Medida anunciada após onda de calor e casos isolados de doenças gera insatisfação entre responsáveis
Na tarde de sexta-feira (17/11), responsáveis por alunos da rede pública municipal de Nilópolis receberam um comunicado via WhatsApp informando sobre a redução no horário de funcionamento das escolas. A mudança, divulgada pelas diretoras de cada unidade, provocou imediata reação nas redes sociais, com críticas direcionadas à Prefeitura, à vice-prefeita e secretária de Educação, Profª. Flávia Duarte, e ao prefeito Abraão David Neto.
Diante da repercussão, um novo comunicado foi enviado no sábado (18/11), mas a justificativa oficial, apresentada em reunião na terça-feira (21/11) com pais e representantes do governo, não pareceu convencer.
Justificativa da Prefeitura: calor, doenças e problemas na rede elétrica
A administração municipal atribuiu a decisão a três fatores principais:
1. Onda de calor – Devido aos efeitos do El Niño, com temperaturas elevadas afetando o conforto térmico nas salas de aula.
2. Casos isolados de doenças – Duas crianças de creches diferentes apresentaram difteria e diarreia, levantando preocupações sobre condições sanitárias.
3. Falhas no sistema de ar-condicionado – A Prefeitura alegou que a concessionária Light não fornece a energia contratada, já que a fiação interna das escolas é de cobre, enquanto a rede da Light é de alumínio, causando incompatibilidade. Foi mencionada a possibilidade de instalação de uma subestação para resolver o problema.
Responsáveis rejeitam explicações e apontam falhas na gestão
Os argumentos não convenceram pais e representantes presentes na reunião, incluindo o administrador Wagner Gonçalves e a pedagoga Vanessa Ferreira. Entre as críticas:
- Problemas crônicos de manutenção: Os defeitos nos aparelhos de ar-condicionado não são recentes, e questiona-se a aplicação dos 30% do FUNDEB destinados à manutenção escolar.
- Falta de consistência na medida: Se os casos de difteria e diarreia justificassem a redução de horário, por que a medida não foi estendida à rede privada, onde não há relatos de problemas similares?
- Histórico de negligência: Em fevereiro de 2022, a Escola Municipal Jorge Mikhail Jarjous já alertava sobre falhas na infraestrutura. Além disso, em março de 2023, um incêndio na Escola Municipal Paul Harris foi atribuído a um curto-circuito durante uma intervenção da Light.
Busca por soluções
Insatisfeitos com as respostas da Secretaria de Educação, grupos de responsáveis articulam-se para pressionar por melhorias, inclusive por meio de reportagens no RJTV, da TV Globo. Enquanto isso, a Prefeitura promete vistorias nas unidades, mas a desconfiança persiste entre os pais, que exigem transparência e ações efetivas para garantir a qualidade do ensino e a segurança dos alunos.
O debate continua: será a redução de horários uma solução emergencial ou um reflexo da má gestão pública?